sábado, 4 de junho de 2016

COM CRISTO NO BARCO TUDO VAI MUITO BEM

COM CRISTO NO BARCO TUDO VAI MUITO BEM

 

(Para pregar num culto onde as crianças do Departamento infantil descerão para participar)

 

1.    Dois cânticos que cantávamos quando crianças:

 

Meu barco e pequeno e grande e o mar, Jesus segura minha mão;

Ele e meu piloto e tudo vai bem, na viagem pra Jerusalém.

 

Para Jerusalém, nós vamos todos cantando...

 

Meu barco sem cristo ao céu não irá, nas águas afundará

Mas quando Jesus meu barco guiar, os céu poderei alcançar

 

xxxxxxxxxx

 

Com Cristo no barco tudo vai muito bem, vai muito bem, vai muito bem.

Com Cristo no barco tudo vai muito bem e passa o temporal.

 

Passa o temporal, Passa o temporal.

Com Cristo no barco tudo vai muito bem, e passa o temporal

 

2.    Bem, não é novidade pra ninguém que dificuldades estão incluídas no "pacote da vida", mas, como diz o cântico, "com Cristo no barco tudo vai muito bem".

3.    "Como assim pastor?" Você pode perguntar, e depois afirmar: "Na minha vida, mesmo com Cristo, as coisas não estão indo tão bem assim".

4.    Então vamos pensar um pouco nesse assunto hoje, na tentativa de entender como é que "com Cristo no barco tudo vai muito bem".

5.    Leiamos para isso Marcos 4.35-41:

 

“35 ¶ E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para a outra margem. 36  E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barquinhos. 37  E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia de água. 38  E ele estava na popa dormindo sobre uma almofada; e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos? 39  E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. 40  E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? 41  E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: Mas quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Marcos 4:35-41 RC)

 

6.    Lido o texto consideremos agora algumas proposições:

 

I. Ir muito bem não significa ausência de dificuldades

 

1.    A presença de Jesus no barco com os discípulos não lhes garantiu calmaria constante; um temporal de vento os atingiu e eles quase foram a pique e ficaram muito amedrontados.

2.    Não foi um ventinho qualquer não. O texto diz que levantou-se um grande temporal de vento.

a.    "Grande" aqui é a tradução do termo megas – e todos sabemos o que esse termo significa. Quando se diz que alguma coisa é "mega", em se tratando de tamanho, por exemplo, quer-se dizer que esse algo é muito grande (mega sena, mega store, mega mac...)

b.    "Temporal" e "vento" é tradução de lailaps e anemos, que, segundo Strongs, indica um ataque violento de vento, uma tempestade com nuvens escuras que trazem trovoadas em vento furioso, com chuva em abundância, e lançando tudo em desordem.

3.    Então não foi um ventinho qualquer, foi um megalê anemou – um mega temporal. Se não o fosse não haveria razão para o pavor dos discípulos que, certamente, alguns deles, por serem pescadores, já eram acostumados com ventos tempestuosos.

4.    Então, Cristo no barco não significou ausência de dificuldades.

5.    Mas não foi só nesta ocasião que servos verdadeiros de Cristo passaram por dificuldades. Pensando só naqueles acerca dos quais não precisamos de mais do que as informações que temos nas páginas sagradas:

a.    Estêvão morreu apedrejado;

b.    Pedro esteve preso;

c.    João foi exilado na ilha de Patmos;

d.    Paulo... nem se fala! O próprio Jesus disse dele a Ananias que Paulo era um vaso escolhido para levar o Seu nome diante dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel, mas disse também que lhe mostraria o quanto deveria padecer pelo Seu nome. E além disso Paulo tinha um "espinho na carne" ao qual Deus se recusou a tirar dizendo-lhe: "a Minha graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza".

e.    Os apóstolos em uma certa ocasião foram açoitados e ordenados a que não falassem mais no nome de Jesus; mas eles saíram do Sinédrio regozijando-se por terem sido achados dignos de sofrer afrontas pelo Nome de Jesus.

f.     E por aí vai...

6.    Olhando as Escrituras encontramos que dificuldades podem proceder de pelo menos três situações:

a.    Situação de pecado pessoal – João 5.1-14: próximo ao tanque de Betesda Jesus cura um homem que jazia enfermo a 38 anos. No verso 14, quando Jesus o encontra no templo, lhe diz: "Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior".

b.    Situação de teste de nossa fé para provar sua genuinidade – “3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4  para uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós 5  que, mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para a salvação já prestes para se revelar no último tempo, 6  em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações [provações], 7  para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo” (1 Pedro 1:3-7 RC)

c.    Situações normais da vida nesse mundo decadente – há muitos exemplos.

7.    Então, já sabemos que "ir muito bem" não significa ausência de dificuldades.

8.    Vejamos agora outra proposição:

 

II. Ir muito bem não significa não ter que fazer a nossa parte

 

1.    E qual é a nossa parte?

a.    R: Agir e crer.

2.    Era da responsabilidade dos discípulos controlar o barco em meio àquela tempestade. Eles não conseguiram e se desesperaram e Jesus lhes repreende a falta de fé.

3.    Em outra ocasião os discípulos se viram apertados diante de uma grande multidão à qual Jesus lhes mandara dar de comer. Depois de conseguirem apenas alguns pães e alguns peixinhos de um rapaz que estava entre a multidão, Jesus lhes manda organizar a multidão para distribuírem o alimento, e uma multidão de mais de cinco mil foi alimentada naquela tarde. Jesus realizou um grande milagre, mas não dispensou a ação dos discípulos.

4.    Por mais que Jesus possa agir por nós sem termos que fazer nada ele geralmente não age assim – temos que fazer o que nos cabe fazer e nos entregarmos nas mãos de Jesus, crendo que ele está sobre o controle de todas as coisas.

5.    Então, se você está desempregado, ore, clame a Jesus e creia, mas não fique em casa esperando que batam em sua porta – isso até pode acontecer, mas o normal é você sair em busca, depois de orar, com fé.

6.    Estão entendendo crianças? (se houver crianças no culto). Quando vocês nos pedem para orar pela prova que vão fazer na escola nós oramos, e vocês também oram, mas isso não os isenta de estudar. Nós oramos pelo futuro de você e vocês também oram, mas isso não isenta vocês de lutarem, fazerem a sua parte por esse futuro.

7.    Então, se assim o é, se ir muito bem não significa ausência de dificuldades e não significa estarmos isentos de fazer a nossa parte, o que significa?

8.    Esse é nosso próximo ponto, ou nossa próxima proposição.

 

III. Ir muito bem significa garantia de chegar a salvo ao "Porto Seguro".

 

1.    A tempestade se foi mediante a ordem de Jesus. Daí a pouco eles aportaram na aldeia dos Gadarenos e vivenciaram uma grande "aventura"... e daí a mais um pouco eles já estavam em outra praia, seguros, rodeados por uma outra multidão.

2.    Sua tempestade pode ser transformada em calmaria.

3.    Sua enfermidade pode ser curada.

4.    Seu problema, seja ele qual for, pode ser resolvido.

5.    Entretanto, quando digo que ir muito bem significa garantia de chegar a salvo ao "Porto Seguro", estou pensando em nosso "destino final", o último lugar onde vamos "aportar" e ficar para sempre.

6.    Sua tempestade pode ser transformada em calmaria... ou não...

7.    Sua enfermidade pode ser curada... ou não...

8.    Seu problema, seja ele qual for, pode ser resolvido... ou não...

9.    Mas se Cristo está no barco de sua vida você vai muito bem, porque nem anjos, nem principados, nem potestades, nem o presente, nem o porvir, nem altura, nem a profundidade, nem qualquer criatura e nem mesmo a vida ou a morte poderão lhe separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus. As aflições deste tempo presente nem de longe se comparam com a glória que em você será revelada. Você ainda não chegou "em casa", você ainda está indo para casa e é garantido que lá você chegará seguro porque Cristo está no barco de sua vida. Sua casa não é aqui, sua casa ou sua cidade está nos céus, de onde você também aguarda o seu Senhor e Salvador Jesus Cristo.

10. Já contei a história daquele missionário aposentado que reclamou com a mulher que ninguém viera recebê-los quando voltaram para casa vindos do campo missionário onde aturam muitos anos. Sua mulher lhe mandou falar/reclamar com Deus, e ele foi. E quando voltou da oração "reclamatória" (uma nova modalidade – rsss) sua mulher perguntou o que Deus lhe falara ao coração, e ele respondeu: "que eu ainda não estou em casa".

11. Com Cristo no barco nós vamos muito bem porque Cristo no barco da vida é garantia de vida eterna. “27  As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; 28  e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos. 29  Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las das mãos de meu Pai. 30  Eu e o Pai somos um.” São Palavras de Jesus em João 10:27-30.

12. Em outra ocasião Jesus disse que se alguém não estiver nele será lançado fora, assim como a vara de uma videira que não está mais ligada a ela, e como a vara será lançado no fogo e queimará. Mas nós estamos em Cristo, e se estamos em Cristo não seremos lançados fora.

13. Ir muito bem significa garantia de chegar a salvo ao "Porto Seguro"

 

Concluindo:

 

1.    Com Cristo no barco tudo vai muito bem.

2.    Não estamos isentos de dificuldades e não estamos isentos de fazer a nossa parte em meio às dificuldades, mas tudo vai muito bem porque o "barco" que é conduzido por Cristo está indo para o céu e é garantido que lá ele chegará.

3.    Apelo...

 

Muqui, Junho de 2016.

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

quinta-feira, 2 de junho de 2016

NO DEMAIS... ORAI...

NO DEMAIS... ORAI...

 

“1 No demais, irmãos, rogai (orai) por nós, para que a palavra do Senhor tenha livre curso e seja glorificada, como também o é entre vós; 2  e para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos.” (2 Ts 3:1-2 RC)

 

1.    O que somos aqui orientados a fazer?

 

a.      R: Orar – "Orai" – Imperativo afirmativo

 

2.    Quando devemos orar?

 

a.      R: Daqui por diante – Loipon, traduzido em algumas versões por "No demais", quer dizer "daqui por diante" (e continuamente, sem um tempo para parar)

 

              i.            Devemos orar especialmente em ocasiões especiais, mas também devemos estar sempre orando

            ii.            A oração é uma atividade importante, talvez a mais importante de todas, ainda que não dispense as outras, e deve ser feita "sem cessar".

 

3.    Orar por quais motivos?

 

a.      Sabemos que é nosso dever orar por todos...

 

              i.            Enfermos: “14  Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; 15  e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.” (Tiago 5:14-15 RC)

 

            ii.            Por todos os homens, incluindo as autoridades constituídas: “1 Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, 2  pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade. 3  Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, 4  que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 2:1-4 RC)

 

           iii.            Pelos que nos maltratam e perseguem: “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem,” (Mateus 5:44 RC)

 

           iv.            E poderíamos incluir aqui legitimamente, mesmo não havendo uma citação explícita na Bíblia: desempregados, famílias, dependentes químicos, enlutados... Enfim, todas as pessoas ou "classes" de pessoas pelas quais temos o costume de orar.

 

b.      Mas aqui nesse texto de II Tes. 3 a orientação de Paulo é que se orasse:

 

              i.            por eles (Paulo, Silvano e Timóteo – veja o capítulo 1) enquanto pregadores do evangelho, para que fossem livres de homens perversos – devemos então orar pelos pregadores do evangelho. Mesmo sabendo que nem sempre eles serão livres, mesmo sabendo que alguns são chamados por Deus para "pagar" pela fé com o martírio, devemos orar, com fé e consciência de que Deus será glorificado em suas vidas se forem realmente servos dedicados do Senhor.

 

Há uma história emocionante no livro o Grande Tecelão, de Ravi Zacharias, que demonstra bem esse fato. É a história de um amigo de Ravi Zacharias, Koos Fietje, que servira como missionário na Tailândia. Koos Fietje, no exercício do ministério missionário, foi assassinado em uma cidadezinha da Tailândia em 1981. Deixou, além da esposa, uma filhinha ainda em tenra idade na ocasião, de nome Martina. Mais de vinte anos depois, conta Ravi, Martina, sabendo que ele fora muito amigo de seu pai, foi a uma de suas palestras e esperou até que pudesse falar com ele. Conversaram bastante e, na conversa ela expressou o desejo de um dia poder visitar o túmulo de seu pai na Tailândia. Ravi Zacharias proporcionou isso a ela, e quando retornou ela lhe escreveu estas palavras:

 

Caro Ravi,

 

Dave e eu retornamos da Tailândia nesta semana e estamos maravilhados pela bondade de Deus para conosco durante o período que passamos lá. Ainda estamos tentando entender o que aconteceu, mas quero que você saiba que foi uma experiência inesquecível. Não apenas visitamos o túmulo de meu pai, mas fomos ao lugar onde foi morto; a senhora que estava sentada ao lado dele naquela noite, estava comigo, contando-me tudo exatamente como aconteceu. Foi o marido dela que pagou para que matassem meu pai. Muitas questões foram respondidas, porém, o mais importante é que fomos capazes de testemunhar o impacto que meu pai teve sobre aquelas pessoas. Há mais de dezoito igrejas estabelecidas na área onde meus pais trabalharam – e até mesmo na vila onde ele foi morto nos sentamos com alguns crentes, e cantamos e lemos a Bíblia. Quando estávamos saindo, eles estavam testemunhando para uma vizinha. Era muito evidente que os tailandeses o amavam e depois de vinte anos ainda sentiam muito sua falta. Vários deles disseram que nunca haviam visto testemunhos tão fortes... [a carta continua, mas paro aqui]

 

E Ravi Zacharias diz que a carta muito o comoveu e conclui corretamente que o túmulo de Koos não é o seu legado, e sim as dezoito igrejas, e seu memorial é no alto.

 

Nunca cessemos de orar pelos nossos missionários, para que eles sejam livres dos homens perversos e para que em qualquer circunstâncias Deus seja glorificado em suas vidas e este seja o seu legado, por isso sejam lembrados com saudades no lugar onde serviram.

 

            ii.            pela Palavra do Senhor, para que ela tivesse livre curso e fosse glorificada, isto é, para que fosse livremente propagada e fosse honrada.

 

1)          Preste bem atenção: propagada e 'honrada'.

2)   Em nosso Estado (ES) e até em nosso País, não temos muita dificuldade com a propagação, mas é fato que a honra devida à Palavra de Deus anda em baixa, infelizmente até mesmo entre nós.

3)   E como é que sabemos que a Palavra não está sendo honrada? Quando a temos em nossos lábios mas não em nosso coração.

4)   Em Isaías 29 Deus adverte Jerusalém (Ariel) e Judá quanto a uma iminente disciplina que recairia sobre elas, e uma das razões para essa disciplina encontramos no verso 13: "este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído". Em Mateus 15 Jesus citou essas palavras contra uns escribas e fariseus de Jerusalém que certa feita foram ter com ele com questionamentos acerca do comportamento de seus discípulos (veja lá). A mesma coisa se dá com a Palavra de Deus; quando a temos em nossos lábios mas não em nosso coração, não a estamos honrando.

5)   Então precisamos orar pela Palavra de Deus, para que ela tenha livre curso e seja honrada, inclusive entre nós e por nós. Precisamos orar para que a Palavra de Deus, anunciada pelos nossos missionários nos campos onde eles estão, tenha livre curso e seja honrada.

 

4.    Então, resumindo:

 

a.      Orai,

b.      Daqui por diante, sempre,

c.      Pelos Missionários, para que eles sejam livres dos homens perversos,

d.    E pela Palavra de Deus por eles pregada, para que tenha livre curso e seja honrada.

 

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves,

 

Muqui, Junho de 2016

Não Vos Inquieteis

  NÃO VOS INQUIETEIS   Ø   Leia Mateus 6.25-34 Ø   “Não andeis cuidadosos” – inquietos, aflitos, preocupados Ø   Daí o sujeito que e...