sexta-feira, 21 de outubro de 2016

AMAI-VOS UNS AOS OUTROS

AMAI-VOS UNS AOS OUTROS

João 15:9-15

 

“Amai-vos Uns ao Outros” é originalmente lição 2 da revista de EBD Adultos nº 7, da Editora Cristã Evangélica, lição escrita por Pr. Agnaldo Faissal J. Carvalho.

Tomei a liberdade de fazer várias modificações/adaptações para ser aplicada à Igreja Batista em Muqui em cultos de meio de semana, mas o teor da mensagem continua o mesmo.

 

1.    “Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” – Este é o grande mandamento que Jesus nos deixou; e a experiência tem demonstrado que este não é um mandamento muito fácil de ser obedecido.

2.    Nunca foi fácil a convivência entre os homens. Os antigos romanos até tinham o costume de dizer que o homem é o lobo do homem. O francês Jean-Paul Sartre deixou escrito: o inferno são os outros. E outro alguém observou e escreveu que todo dia alguém crucifica alguém.

3.    São experiências assim que evidenciam o quanto é difícil cumprir esse mandamento de Jesus. Quem pode fazê-lo na integra, verdadeiramente, seguindo o modelo de Jesus? Bem, há bastante gente que parece fazê-lo, mas de verdade mesmo, do jeito que tem que ser, tendo como modelo Jesus podemos dizer que só aqueles que contam com a ajuda de Deus podem fazê-lo; aqueles que foram lavados pelo sangue do Cordeiro e regenerados pelo poder do Espírito Santo, e mesmo assim, com um certo grau de dificuldade, não da parte do Espírito Santo, mas de nossa humanidade caída.

4.    Entretanto, apesar da dificuldade, esse mandamento de Jesus permanece sendo para nós, conforme veremos, uma necessidade vital, um desafio constante e uma bênção inestimável da qual nenhum de nós pode abrir mão.

5.    Primeiro pensemos no fato de ser o mandamento para nós uma necessidade vital.

 

I. UMA NECESSIDADE VITAL

 

1.    Obviamente, quando falamos sobre amar uns aos outros como sendo uma necessidade vital para nós, falamos em relação à nossa existência cristã. Amar uns aos outros é vital para a nossa existência cristã.

2.    Por que? Por pelo menos duas razões bem claras na Palavra de Deus:

a.    A primeira é porque é por cumprir esse mandamento que somos/seremos reconhecidos como discípulos / ou como cristãos / ou como pessoas que têm uma existência cristã. Foi Jesus quem o disse e João registrou em 13:35: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”

b.    E a segunda é porque, segundo aprendemos com 1 João 4:8, “aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”.

3.    Outra pergunta, que até fizeram certa feita a Jesus, é: quem é esse “outro” a quem devo amar? É uma boa pergunta, porque os judeus, por causa de uma interpretação equivocada de Levítico 19:18, onde Deus lhes disse: “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo...”, achavam que só deveriam amar pessoas do seu povo, da mesma raça. E nós, se olharmos apenas para João 13:35 e nos esquecermos do contexto neotestamentário geral, poderemos nos equivocar e ficar pensando que esse amor requerido  por Jesus é para ser manifestado apenas a pessoas de entre nós. Mas, olhando para o contexto geral das Escrituras, aprendemos que:

a.    Aquele a quem devo amar pode estar sentado ao meu lado na igreja, mas também pode estar caído lá fora em alguma calçada;

b.    Aquele a quem devo amar pode ser meu amigo, mas também pode ser meu inimigo;

c.    Aquele a quem devo amar pode ser alguém que fala bem de mim, mas também pode ser alguém que fala mal de mim;

d.    Aquele a quem devo amar pode ser alguém que me apoia, mas também pode ser alguém que me persegue; alguém que me faz o bem, mas também alguém que me maltrata;

e.    Aquele a quem devo amar pode ser alguém amável, mas também pode ser alguém “intragável”.

f.     Enfim, aquele a quem devo amar é... toda e qualquer pessoa. (Até o Jean Willis)

4.    Agora pensemos no fato de que o amor é um desafio constante:

 

II. UM DESAFIO CONSTANTE

 

1.    É um desafio por causa de nós mesmos, porque a natureza humana é “ensimesmada” – há até quem reclame de falta de manifestação de amor para com ele em circunstâncias da vida e que não consegue enxergar que ele próprio não manifesta esse amor para com os outros. Cobra PARA si e é até capaz de cobrar DOS OUTROS PARA OS OUTROS, mas não cobra de SI MESMO. Então, nós somos muitos voltados para nós mesmos, faz parte da nossa natureza, e, por isso mesmo, “sair de nós” para manifestar amor pelos outros, é um desafio, e um desafio constante.

2.    É um desafio constante por causa das outras pessoas, porque, como vimos, não podemos selecionar algumas pessoas para amarmos e excluir outras, e algumas pessoas são bem difíceis.

3.    É um desafio porque, em algumas circunstâncias, para amar, vamos trilhar um caminho contrário àquilo que é pensamento comum no mundo. Exemplos:

a.    O pai do pródigo trilhou um caminho contrário àquilo que é pensamento comum no mundo;

b.    Jesus, quando agiu como agiu para com Zaqueu ou para com a pecadora que lhe lavou os pés com lágrimas e lhos enxugou com os cabelos ou quando lá da cruz orou pelos seus algozes ativos e passivos pedindo perdão para eles trilhou um caminho contrário àquilo que é pensamento comum no mundo.

c.    E o que você faria no lugar de certo menino que, por causa de uma paralisia cerebral, tinha gestos descontrolados e sofria de uma terrível gagueira, sendo objeto de risos por parte de seus colegas? Pois esse menino, certa feita, em um acampamento de igreja, foi eleito pelos colegas para proferir um breve sermão. Eles o elegeram porque pensaram que seria muito engraçado ouvi-lo pregar. E ele sabia disso. O que você faria em seu lugar? O que você diria? Pois veja o que ele disse, com bastante dificuldade por causa de suas limitações: Tenho três coisas a lhes dizer hoje: a primeira é que eu sei que Deus me ama; a segunda é que eu sei que Deus ama a todos vocês; e a terceira é que, sabendo que Deus me ama e que ama a todos vocês, então eu ao amo também. Não é uma direção contrária àquele que é o pensamento comum neste mundo em que vivemos? Sim, é! E, por isso mesmo, um desafio! Mas o plano de dar boas risadas naquela noite foi substituído por muita comoção e muitas lágrimas porque aquele menino decidiu trilhar caminho contrário àquilo que é pensamento comum no mundo.

4.    É um desafio constante por muitas razões, mas é um desafio ao qual devemos “encarar de frente”, porque somos servos do Senhor Jesus e ele nos deu este MANDAMENTO.

5.    E, por último, esse mandamento de Jesus é para nós uma bênção inestimável da qual não devemos abrir mão.

 

III. UMA BÊNÇÃO INESTIMÁVEL

 

1.    O amor recíproco nos estimula a viver uns em favor dos outros, por exemplo:

a.    Agindo com generosidade – Veja em 2 Coríntios 9.10-12 a oração de Paulo pelos Coríntios naquela ocasião – Que Deus multiplique a vossa sementeira; que Deus vos enriqueça; não simplesmente para serem ricos e viverem esplendida e regaladamente, mas para que tenhais condições de serem ainda mais beneficentes / generosos.

b.    Socorrendo e servindo ao próximo – Veja Romanos 12.13. Repartir com os necessitados e receber bem os que vêm para estar conosco, em especial aqueles que vêm para fazerem conosco a obra do Senhor (com vêm os Davs e alguns pastores para estarem conosco no próximo mês). Bem, obviamente sabemos que isso requer um pouco de sabedoria para não sofrermos abusos, como o que presenciei pessoalmente em um tempo em Foz: uma família que se dizia necessitada e recebia cesta básica da igreja (e talvez do PROVOPAR e talvez até de mais algum lugar), até um dia, um domingo, em que após o culto passei em frente à casa e eles estavam na maior festa regada a churrasco e cerveja – e não era um fato isolado, uma comemoração, mas um costume.

c.    Encorajando – Veja 2 Coríntios 1.3-4 – Deus nos consola em nossa tribulação, isto é, Ele nos chama para o seu lado e nos encoraja e fortalece pela consolação, e nós devemos fazer isso também uns com os outros.

d.    Procedendo com benignidade – Veja Efésios 4.31-32 – Gentileza, amabilidade.

e.    Sendo prestativos Sendo dispostos a servir – Veja 1 Pedro 4.10 – “Cada um administre...”. Administrar = diakoneo = Servir – Com aquilo que Deus colocou em suas mão, sirva...

f.     Sendo sensíveis – Veja Romanos 12.15

g.    Dando bons conselhos – Veja Colossenses 3.16

2.    Dito isto, peço que você agora imagine nós deixando de lado todas as nossas diferenças e agindo assim uns para com os outros, imagine esse como sendo o “ambiente” natural de nosas igreja, e me diga se não é uma bênção inestimável!?

 

CONCLUSÃO

 

1.    “Amai-vos uns aos outros”.

a.    Uma necessidade vital;

b.    Um desafio constante;

c.    Uma bênção inestimável.

2.    Amai-vos uns aos outros é possível quando ao olharmos para as pessoas substituímos os NOSSOS olhos pelos olhos DE DEUS. Um exemplo para encerrarmos: Surgiu em nossa cidade nesses últimos dias, não diria um medo, mas um princípio de medo entre as crianças, quanto à figura do “andarilho”. Não sei por que! Um andarilho é apenas alguém que, por alguma razão, se torna um peregrino pelas estradas, e, geralmente se apresenta aparentemente sujo, barbudo e vítima de extrema pobreza. Mas surgiu o medo, e, de certa forma os adultos, por medo também, não por eles mesmos, mas por suas crianças, incentivam o medo. Daí passamos a “olhar” o “andarilho” com “maus olhos”. Mas, faça o seguinte: “troque os olhos”, os seus olhos pelos olhos de Deus... Quem é esse andarilho? Por que ele se tornou andarilho? Qual é a sua história?... “Amai-vos uns aos outros” inclui o andarilho...

 

Só pela graça e pela misericórdia de Deus,

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

 

Muqui – Outubro de 2016

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O PAI DO PRÓDIGO

O PAI DO PRÓDIGO

 

Lucas 15.11-32

 

1.    Lucas é o narrador desta história que lemos. O único narrador. Você não vai encontrar esta parábola em mais nenhum dos evangelhos.

2.    Lucas foi um médico, o “médico amado” (Cl. 4.14), companheiro e cooperador de Paulo, e que escreveu, além deste evangelho, o livro de Atos.

3.    O Evangelho de Lucas foi escrito por volta do ano 60 d.C., principalmente para os gregos e seu tema é Cristo como Homem. É o único que fala sobre a infância de Cristo, e revela mais sobre a vida de oração de Jesus. As parábolas nele incluídas geralmente mostram a preocupação de Cristo pela humanidade perdida, e esta, conhecida como “A Parábola do Filho Pródigo”, é uma delas.

4.    Na maioria das vezes em que tomamos esta parábola para ler e meditar, nossa mente se concentra na pessoa do Filho pródigo (gastador). Às vezes no irmão do Filho pródigo, e quase nunca no Pai. Hoje quero pensar com vocês na pessoa do pai, mais precisamente nas atitudes daquele pai para com aquele filho, a princípio ingrato.

5.    Alguns versículos da Palavra de Deus aparentemente nos são mais preciosos que outros, isto é, gostamos deles ao ponto de os memorizarmos e citarmos em diversas situações. Um deles é o Salmo 119:105: “Lâmpada para os meus pé é a Tua Palavra, e luz para os meus caminhos”, texto que significa que é na Palavra de Deus que encontramos orientações sobre como agir diante das diversas situações que se nos apresentam neste mundo de trevas.

6.    Pois bem, uma destas muitas situações que enfrentamos, no caso, como igreja, diz respeito a como proceder para com aqueles que fazem parte de nossa igreja e que acabam por agir como o pródigo da Parábola: resolvem sair, vivem uma vida dissoluta e depois resolvem voltar. Como proceder?

7.    Para uma situação assim, penso que nesse texto, nas atitudes do pai do pródigo, encontramos uma boa quantidade de luz. Então vamos analisar esta parábola, desta feita com o nosso olhar voltado para as atitudes do pai.

 

PRIMEIRA ATITUDE: não segurou “à força”, por algum artifício, por alguma espécie de chantagem ou mesmo alguma “palavra aterrorizante”, aquele filho que não queria mais estar em sua presença.

 

1.    Pois bem, aí temos um exemplo de atitude: não segurar à força quem não quer de jeito nenhum ficar. Aliás, partiu do próprio Jesus para alguns que queriam segui-lo, a “chamada de atenção” quanto ao fato de que isso não era algo tão fácil de fazer e que eles precisavam pensar bem se queriam mesmo. Nas palavras do próprio Jesus: “As raposas tem covis e as aves do céu têm ninhos, mas o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”.

2.    Isso nos leva a algumas considerações:

a.    Nossas doutrinas e princípios são claros e evidentes – todos sabemos, ainda que talvez não na íntegra, quais são as nossas crenças, quais são as nossas práticas, o que podemos e/ou devemos fazer e o que não podemos e/ou não devemos fazer.

b.    Falando “por tabela” (quem lê entenda), ninguém, depois de certa idade, é obrigado a estudar ou mesmo ir à escola, mas quem não quer – resolutamente, indubitavelmente e racionalmente – não quer, nem deveria estar matriculado.

c.    Não é salutar alguém estar só de “corpo presente”, seguro por alguma outra razão que não a sua vontade pessoal.

                                  i.    Acontece que às vezes seguramos com alguma espécie de “ameaça”...

                                ii.    Acontece que às vezes o “pródigo” até já se foi, mas nós insistimos em segurar pelo menos o seu nome anotado em algum papel. Quando fazemos isso por “dó” e porque pretendemos tentar mais uma vez resgatar o pródigo, ainda vá lá, mas quando a razão é, se não uma ideia pelo menos uma impressão de que nome no papel faz alguma diferença diante de Deus...

3.    Penso que essa atitude possa ser uma luz para nós. O que fazer com quem não quer resolutamente, decididamente, ficar? Deixe-os ir... e ore por eles... e de vez em quando dê uma “olhada na estrada” na esperança de que eles, decididamente, por vontade própria, um dia retornem.

 

SEGUNDA ATITUDE: apesar de não segurar, a esperança cultivada no coração do pai era a de que seu filho um dia retornaria, e ele aguardava ansioso por esse dia.

 

1.    Bem, acho que foi mais ou menos com essa mensagem que fechei o tópico anterior.

2.    Essa á a atitude de, apesar de deixar ir, não esquecer facilmente aquele que se foi e esperar que ele volte. Daí, então, você poderá:

a.    Orar por quem um dia se foi;

b.    Mostrar, se tiver oportunidade, que as portas continuam abertas;

c.    Convidar, se tiver oportunidade, para se fazer presente conosco, sem nenhum constrangimento, em ocasiões especiais.

3.    Mantenha seu coração aberto...

4.    “Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra, e luz para os meus caminhos” – E para onde aponta a luza da palavra de Deus em uma situação como essa? O que diz a palavra? Ela diz: cultive a esperança de retorno e mantenha o seu coração aberto. Não segure, mas também não feche o coração.

 

TERCEIRA ATITUDE: recebeu com alegria o filho que voltou e o recebeu como filho e não como um subordinado.

 

1.    Paulo escreveu sua segunda carta aos Coríntios apenas um ano após a primeira. Ele estava em grande aflição espiritual. Talvez até em parte por causa do teor de sua primeira carta, carta em que ele precisou tratar de alguns problemas bem difíceis daquela igreja, começou a surgir lá uma onda de desconfiança em relação a Paulo, até mesmo desconfiança em relação à sua autoridade apostólica. Paulo então defende sua autoridade colocando diante da igreja evidências de sua sinceridade no serviço a Deus. Mas isso ele o faz sob grande aflição. Daí nós vermos na carta uma grande quantidade de termos que expressam sofrimento na mente no coração e no corpo, termos como “aflições”, “angústia”, “apedrejado”, “atribulado”, “jejuns”, “açoites”, “fraco”, “fraqueza”, “fome”, “choro”, “perseguido”, “tribulações”, “tristeza”... junto com “consolação”, “consolado”, “alegria”, “triunfo”, “regozijo”... Entretanto, apesar da grande aflição, a certa altura, no capítulo 6, ele lhes diz que seu coração não estava estreitado, e sim dilatado para eles, isto é, ele estava disposto a ser generoso e recebê-los com abraço e amor.

2.    A atitude de Paulo é um reflexo dessa atitude desse pai da parábola contada por Jesus. Será que o pai foi acometido de uma amnésia e esqueceu o que o filho houvera feito? Não! O que aconteceu foi que durante todo o tempo em que o filho esteve longe, sendo-lhe causa de grande sofrimento, ele não estreitou o coração para ele, antes o manteve dilatado. “Seu lugar está aqui, filho..., e para ser filho, e não subordinado”.

3.    O coração daquele pai não foi tomado – porque ele não deixou – de desconfiança e medo de que seu filho pudesse novamente fazer a mesma coisa.

4.    Será que era impossível de isso acontecer? Claro que não! Poderia acontecer! E pode! (que Deus nos livre, mas pode!). Mas possibilidade é só possibilidade e não fato! Fato era que seu filho, naquele momento estava de volta demonstrando grande arrependimento em seu coração, e isso era o que importava – o amanhã cuidará de si mesmo, basta a cada dia o seu mal.

5.    Então, para onde aponta a “lâmpada, a luz” que é a Palavra de Deus quando alguém, mesmo tendo sido ingrato, mesmo tendo vivido dissolutamente, e talvez até mesmo tendo falado mal da “casa do pai” volta arrependido? Aponta para “receba com alegria”. Às vezes é difícil, dá vontade de “apagar a luz”, ignorar, ou colocar algumas objeções bem inteligentes, bem justificáveis humanamente falando para não agir assim; mas, se dizemos em alto e bom som, quase como que proferindo um credo, que “lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra e luz para os meus caminhos”, então, como ir em direção contrária?

 

QUARTA ATITUDE: não ficou a lamentar e a “lançar em rosto” as perdas ocasionadas pela atitude do filho.

 

1.    Essa foi a atitude do irmão do pródigo, mas não do pai.

2.    Também não encontramos em Jesus essa atitude de “lançar em rosto” ou de ficar se referindo a quem foi fulano no passado ou o que fulano fez, quando o fulano vem a ele arrependido. Encontramos nos escribas e fariseus e em alguns outros, mas não em Jesus.

a.    Zaqueu era publicano, cobrador de impostos para o império romano, o chefe deles em Jericó. Muitos se lembraram disso e fizeram referência a isso, mas Jesus não...

b.    Mateus também era publicano, e Simão era zelote, membro de um partido nacionalista judeu no tempo de Cristo que usava de violência em oposição ao domínio romano. Mateus e Simão eram “cão e gato”, e ambos foram chamados por Jesus para comporem o colégio de discípulos.

c.    Prostitutas deveriam ser apedrejadas... mas Jesus as salvava, obviamente mediante seu arrependimento e fé em Jesus.

3.    Zaqueu, Mateus, Simão, prostitutas convertidas... essa gente certamente fazia Jesus “negativamente famoso” aos olhos de muitos, mas quando elas (essa gente) atenderam ao chamado ou foram a Jesus foram recebidas e perdoadas. Obviamente eram ensinadas e fortalecidas a abandonarem seus pecados, mas prontamente recebidas.

4.    O pai não ficou a lamentar e a lançar em rosto as perdas... Isso é luz para nós no que respeita a qual deve ser nossa atitude em situação como essa.

 

QUINTA ATITUDE, e última: não ficou preocupado com o que as pessoas pudessem pensar ou falar dessa sua atitude de receber com tanta alegria e tão prontamente o filho ingrato e esbanjador.

 

1.    Será que ninguém falou mal? Será que ninguém criticou?

2.    Certamente que sim! Mas o que importa? O importante é que “este meu filho estava morto e reviveu, tinha se perdido e foi achado. Então, trazei depressa a melhor roupa e vesti-lho, ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés; trazei o bezerro cevado e matai-o e comamos e alegremo-nos”.

 

CONCLUSÃO

 

1.    O Pai do Pródigo:

a.    Não segurou “à força”, por algum artifício, por alguma espécie de chantagem ou mesmo alguma “palavra aterrorizante”, aquele filho que não queria mais estar em sua presença.

b.    Cultivou no coração a esperança de que seu filho um dia retornaria, e ele aguardava ansioso por esse dia.

c.    Recebeu com alegria o filho que voltou e o recebeu como filho e não como um subordinado.

d.    Não ficou a lamentar e a “lançar em rosto” as perdas ocasionadas pela atitude do filho.

e.    E não ficou preocupado com o que as pessoas pudessem pensar ou falar dessa sua atitude de receber com tanta alegria e tão prontamente o filho ingrato e esbanjador.

2.    Esses são os cinco pontos que me vieram à mente para compartilhar com os irmãos, mas não poderia concluir sem dizer que a atitude desse pai foi em relação a um filho que voltou realmente arrependido, e deu provas disso. Se há verdadeiro arrependimento não há porque ter reservas. Tiveram desconfiança de Saulo, mas Deus disse para irem cuidar dele porque era um vaso escolhido desde o ventre da mãe e que dali por diante experimentaria o que é sofrer pelo nome de Jesus.

3.    Que a palavra de Deus seja de fato nossa luz em circunstâncias assim.

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

Muqui, Outubro de 2016

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

É TEMPO DE AVANÇAR…

É TEMPO DE AVANÇAR MULTIPLICANDO O AMOR DE DEUS

 

“É tempo de avançar multiplicando o amor de Deus”. Esse é o tema com que nós, batistas brasileiros, temos trabalhado nesta campanha de Missões Nacionais 2016.

É um tema deveras interessante, e creio que todos entendemos bem o que ele quer dizer – precisamos avançar fazendo mais e mais e mais, multiplicando assim os atos que demonstram o amor de Deus pelas suas criaturas especiais, que somos nós, principalmente os atos que demonstram que Deus, em Cristo, tem uma salvação com a qual Ele quer nos presentear.

Mas, desde quando é tempo de avançar? Certamente que não apenas desde o início de Setembro de 2016, quando começamos a campanha. Então, desde quando? No mínimo desde que o nosso Senhor Jesus Cristo ordenou: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. E, desde então, isso tem sido feito. Às vezes mais diligentemente e às vezes mais lentamente, às vezes com mais dificuldades e às vezes com menos dificuldades, às vezes sob muita perseguição e às vezes com menos perseguição.... Mas tem sido feito. Não tenho conhecimento de algum momento da história em que esta missão tenha sido completamente abandonada ou mesmo desvirtuada. Ao contrário, temos informação de manifestações de Deus trazendo discernimento e avivamento em tempos de grandes crises de fé. E o que acontece quando Deus assim se manifesta? Veja algumas coisas que acontecem:

o   Uma nova visão da Majestade de Deus;

o   Um novo discernimento acerca de o quão terrível é o pecado, acompanhado de um grande temor de pecar e ofender a Deus;

o   Uma renovada dependência de Deus;

o   Uma intensa alegria pela salvação;

o   Uma intensa manifestação do fruto do Espírito;

o   E, para não me delongar muito, uma nova disposição para realizar a obra do Senhor, ou, poderíamos contextualizar para o momento em que estamos vivendo: uma grande disposição para avançar multiplicando o amor de Deus.

Tem sido feito... Nunca parou. Que não sejamos nós aqueles que vão parar, e nem mesmo aqueles que vão ser responsáveis pela lentidão do avanço.

Agora convido você a que abra sua Bíblia em Atos 8.1-4 e 11.19-26, onde veremos algumas coisas importantes para que essa obra, em nossas mãos nesse tempo, avance.

 

“E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e da Samaria, exceto os apóstolos. E uns varões piedosos foram enterrar Estêvão e fizeram sobre ele grande pranto. E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.  Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra.” (Atos 8:1-4 RC)

 

“E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus. E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor. E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia, o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor. Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor. E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia. E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.” (Atos 11:19-26 RC)

 

A narrativa é de Lucas, o médico amado, companheiro de Paulo, primeiro historiador da história da igreja e que escreveu o evangelho que leva seu nome e também esse livro de Atos. Dessa narrativa podemos tirar boas lições no que respeita à necessidade de avançarmos multiplicando o amor de Deus.

 

A primeira lição é sobre as dificuldades para avançar na obra – nenhuma dificuldade deve nos impedir de avançar.

 

Veja novamente o que está escrito: “E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e da Samaria, exceto os apóstolos. E uns varões piedosos foram enterrar Estêvão e fizeram sobre ele grande pranto. E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.  Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra.”

 

“E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus. E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus.

 

Houve uma perseguição. E nesse tempo de perseguição os cristãos eram “assolados”, isto é, postos em grande aflição e agonia; as casas eram invadidas e seus moradores eram arrastados para fora e postos na prisão. E não devemos nos esquecer de Estêvão, que foi morto e de como foi morto.

Por causa da perseguição houve uma dispersão. Caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia – cidades situadas a centenas de quilômetros de Jerusalém. Mas, enquanto iam, anunciavam o evangelho, ainda que só aos judeus. Em Antioquia, alguns varões de Chipre e de Cirene anunciaram o Senhor Jesus aos Gregos.

A perseguição não os calou, e isso nos traz a lição de que as dificuldades não devem nos calar, não devem nos impedir de avançar.

Existem as dificuldades reais “fora de nós”

§  Dificuldades advindas de perseguições – Como as acima e hoje como nos países islâmicos;

§  Dificuldades porque há lugares isolados, difíceis de chegar, e às vezes até com povos hostis a estranhos;

§  Dificuldades advindas às vezes de proibição total ou restrições e controles à pregação do evangelho;

Existem as dificuldades reais nossas

§  Nosso comodismo;

§  As limitações que pensamos ter, como as que pensavam ter até alguns grandes homens de Deus na Bíblia:

·         Moisés era “pesado de língua”;

·         Gideão era da tribo menor e o menor da tribo;

·         Jeremias era muito jovem ainda – uma criança – Veja que bonito o chamado de Jeremias em 1.4-10:

 

“Assim veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:  Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta.  Então, disse eu: Ah! Senhor JEOVÁ! Eis que não sei falar; porque sou uma criança.  Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás.  Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o SENHOR.  E estendeu o SENHOR a mão, tocou-me na boca e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca.  Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para derribares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares.” (Jeremias 1:4-10 RC)

 

E existem aquelas dificuldades como sendo “muros mentais” que nós mesmos “construímos”. Um exemplo é quando colocamos dificuldades dizendo: “Essa cidade é muito difícil... muitas religiões diferentes...”. E por aí vai...

 

Dificuldades existem, mas nenhuma delas deve nos impedir de avançar.

 

A segunda lição é que o Senhor quer ver interesse de nossa parte, disposição de avançar anunciando, e quando Ele o vê, então as coisas acontecem, a vitória é certa.

 

Veja novamente uma parte dos textos de Atos: “E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor”.

A mão do Senhor ser com eles quer dizer que o poder e a presença de Deus se manifestavam entre eles. A presença de Deus não era apenas parte da crença deles, era uma presença manifesta, sentida e, de certo modo, podemos dizer, “visualizada”.

Existe uma heresia denominada Deísmo, que, falando bem resumidamente, reconhece a existência de um criador, mas que esse criador abandonou a sua criação às leis pré-estabelecidas e que nada acontece, seja positivo ou negativo, por motivo da ação de sua vontade. Mas o que vemos aqui não é Deísmo, e sim Teísmo, a verdade de que Deus não só é o criador, mas também é quem sustenta e dirige a Sua criação, se manifesta.

Deus se manifesta; a mão do Senhor é conosco; o Seu poder e Sua presença são manifestos quando nós nos dispomos a fazer aquilo que Ele nos ordenou a fazer.

Veja a seguinte história: JOHN GEDDIE: MISSÃO ENTRE CANIBAIS

 

Em 1606, foi "descoberta" por Fernandez de Quiros da Espanha, uma cadeia de dezoito ilhas no Pacífico Sul, a nordeste da Austrália e ao sudeste de Nova Guiné, que foram chamadas de Novas Hébridas. Hoje formam a nação de Vanuatu. Mais de dois séculos depois, em 1839, dois cristãos enviados pela Sociedade Missionária de Londres aportaram por lá. Era o século das missões. Ásia, África e Oceania estavam sendo visitados por dezenas de jovens missionários que desejavam anunciar o amor de Deus aos seus moradores. Ocorre, que os dois missionários foram mortos e devorados por canibais que habitavam em uma das ilhas, chamada Eromanga, apenas poucos minutos após aportarem. Foi um batismo de sangue para as Ilhas Hébridas... A mesma sociedade missionária enviou outra equipe em 1842, desta feita, para a ilha de Tana. Estes não foram mortos, mas expulsos em sete meses. Os resultados, aparentemente negativos, não tiraram o ímpeto dos que desejavam ver pessoas de cultura tão distinta aos pés de Cristo. Foi, então, que em 1848 John Geddie (da igreja presbiteriana da Nova Escócia), acompanhado de sua esposa, Charlotte McDonald, e dois filhos, chegou à ilha de Anatom. Pouco tempo após sua chegada, Geddie escreveu em seu diário, em 09 de fevereiro de 1849: "Na escuridão, degradação, poluição e miséria que me rodeia, vou olhar para a frente na visão de fé para o momento em que alguns desses pobres ilhéus se unirão na música triunfante de almas resgatadas Àquele que nos amou e nos lavou dos nossos pecados em Seu próprio sangue”.

 

Depois de anos de paciente semeadura e cultivo, o missionário começou a colher alguns frutos preciosos. Ele relata com alegria quando a ordenança da Ceia do Senhor foi observada pela primeira vez na ilha. "Esta é a primeira vez", diz Geddie em uma carta, "que o amor do Redentor foi comemorado nesta terra escura. Oh! Que o tempo pode chegar em breve, quando muitos mais dos seus habitantes degradados devem se juntar a nós nesta portaria do amor”.

 

Sua oração foi finalmente atendida. Um dia, um nativo chamado Yakanui veio até o missionário. Yakanui era o maior canibal da ilha, odiado pelo povo, pois o temiam por sua ferocidade e porque também acreditavam que ele possuía poderes misteriosos que poderiam trazer ruína sobre eles.

 

Por volta de 1854 ele, que já tinha companhia de John Inglis, que chegou em 1852, escreveu com júbilo: "cerca de 3.500 selvagens [mais da metade da população] jogaram fora seus ídolos e renunciaram a seus costumes pagãos, e todos confessaram-se adoradores de verdadeiro Jeová Deus".

 

John Geddie, o "pai" das missões presbiterianas nas Ilhas dos Mares do Sul, faleceu em 1872. No seu memorial está escrito: Numa grande igreja, com capacidade para 1.00 pessoas, há uma placa comemorativa do trabalho de John Geddie, com os seguintes dizeres: 'Quando ele chegou aqui, em 1848, não havia nenhum crente; e quando ele saiu, em 1872, não havia mais incrédulos'".  

 

A terceira lição é sobre a necessidade de nunca deixarmos nossos pés se distanciarem da presença e da vontade do Senhor – Permanecer com firmeza de coração na presença do Senhor.

 

Assim diz parte do nosso texto base: E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia, o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor.

Barnabé exortou sobre a necessidade de que permanecessem no Senhor com firmeza de coração. Se quisermos avançar é assim que tem que ser. Essa é a mensagem de Jesus em João 15. Veja lá os versos 1-5:

 

Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.  Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.  Vós estais limpos pela palavra que vos tenho falado.  Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.  Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer.” (João 15:1-5 RC)

 

 

 

E ademais, verdadeiras ovelhas de Jesus são as pessoas que o ouvem e o seguem, isto é, creem nele e permanecem nele – Veja João 10:22-30:

 

“E em Jerusalém havia a Festa da Dedicação, e era inverno.  E Jesus passeava no templo, no alpendre de Salomão.  Rodearam-no, pois, os judeus e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente.  Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas testificam de mim.  Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas, como vo-lo tenho dito.  As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem;  e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos.  Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las das mãos de meu Pai.  Eu e o Pai somos um.” (João 10:22-30 RC)

 

            E com essa atitude, além de sermos bem sucedidos em nossa obra, veja o testemunho de Davi no Salmo 16.11: “... na Tua presença há abundância de alegrias; na Tua mão direita há delícias perpetuamente”.

 

A quarta lição é sobre a necessidade de vivermos de uma forma tal que a presença de Cristo seja percebida e reconhecida em nós ao ponto de sermos identificados por essa presença.

 

Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. Por que foram chamados assim? Não há outra razão senão a sua identificação prática com a pessoa de Cristo.

Ser identificado com Cristo é a vontade do Pai para nós – Veja Romanos 8.29: “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”.

O Apóstolo Paulo nos ensinou isso na prática – Veja Gálatas 2.20: estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim”.

A presença de Cristo é percebida em nós ao ponto de sermos identificados por essa presença quando somos cristãos em tempo integral e não só no tempo em que estamos na igreja;

A presença de Cristo é percebida em nós ao ponto de sermos identificados por essa presença se, conforme disse John Piper, nós morremos com Ele na cruz, tendo o nosso pescoço quebrado, nosso topete derrubado, nosso coração de pedra trocado por um coração de carne, nosso orgulho mortificado, e se nossa vida agora é conduzida por Jesus Cristo.

            A presença de Cristo é percebida em nós ao ponto de sermos identificados por essa presença quando manifestamos o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.

            A presença de Cristo é percebida em nós ao ponto de sermos identificados por essa presença quando pensamos nas e buscamos as coisas que são de cima, quando mortificamos nossa carne com suas paixões e concupiscências e nos revestimos das preciosas virtudes do reino celestial.

            A presença de Cristo é percebida em nós ao ponto de sermos identificados por essa presença quando deixamos de nos guiar pela nossa própria cabeça para sermos guiados por ele.

            Enquanto escrevia me lembrei de uma parte do compromisso dos Embaixadores do Rei: “Prometo: Ser leal a Jesus Cristo, viver para Ele e servi-lo sempre. Terei uma vida pura, direi sempre a verdade, corrigirei os meus erros, seguirei a Cristo, o Rei..”, e o finalzinho é assim: “... Se assim não for, para que nasci?”

            Se vivermos assim, avançaremos, nossa vida terá sentido e saberemos para que nascemos.

 

Concluindo...

 

            Meus irmãos, é tempo de avançar; ainda é tempo de avançar, e precisamos avançar.

            Tem dificuldades? Sim! Mas elas não podem nos impedir da avançar porque o Deus a quem servimos é maior que todas elas. Quando o povo de Israel estava encurralado com o mar vermelho à frente e o exército de Faraó atrás o que foi que Deus disse? “Moisés, diga aos filhos de Israel que marchem! E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco”. E o que aconteceu? O mar se abriu e o povo passou, e o exército de Faraó, querendo passar também, sucumbiu sob as águas.

            Quando eu olhava esse texto acima fiquei pensando em como Deus se ri do fato de muitos homens imaginarem que tem algum poder contra Ele e contra a obra que Ele quer realizar. Pense no próprio Moisés, por exemplo; qual a “arma” que Deus lhe deu? Uma vara. Pense em Josué quando Deus o mandou conquistar Jericó.

            DEUS: “Josué, reúna o povo e vá derrubar as poderosas muralhas de Jericó”.

            JOSUÉ: “Sim, Senhor, mas como vamos derrubá-las?”

            DEUS: “No grito” – Você vão rodear a cidade cercando-a uma vez a cada dia durante seis dias. No sétimo dia vocês vão rodeá-las sete vezes e na sétima vez os sacerdotes tocarão buzinas e o povo vai gritar, e as muralhas vão cair”

            Agora pense em Gideão quando Deus o chamou para libertar Israel das mãos dos Midianitas.

            GIDEÃO: Senhor, reuni um exército para a Missão, trinta e dois mil homens. Mas tá difícil Senhor, é muito soldado experiente (ele falava do exército inimigo); a proporção é de uma para mais de 4.

            DEUS: É verdade, Gideão, é muita gente, vamos diminuir, vamos dar um jeito de mandar embora um pouco dessa gente que você ajuntou.

            GIDEÃO: Mas, Senhor, eu disse muito soldado no exército inimigo.

            DEUS: Não Gideão, seu exército é que está grande demais.

            E Deus foi diminuindo – de 32.000 para 10.000 e de 10.000 para 300 homens. Uma proporção agora de 1 para cada 440. Mas o que aconteceu? Os 300 venceram os 132.000. Porque? Porque eles avançaram no poder de Deus e para Deus não há dificuldades.

            Então, é tempo de avançar, e há dificuldades, mas nossa atitude deve ser a de permanecer na presença do Senhor com firmeza de coração e a de vivermos de uma forma tal que a presença de Cristo seja percebida e reconhecida em nós ao ponto de sermos identificados por essa presença, e avançarmos. Seremos vitoriosos porque Deus é quem pelejará por nós.

            É tempo de avançar! Avancemos, então!

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

Igreja Batista em Muqui

Setembro/Outubro de 2016

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