terça-feira, 20 de julho de 2010

A COMUNHÃO COM DEUS - (1ª PARTE)

A COMUNHÃO COM DEUS – (1ª PARTE)

Estudo 2 de 10 em 1ª João                  

                                             

1.    Moody, certa vez falou assim: "Os vizinhos de certo homem costumavam afirmar: 'Este homem é realmente grande, porque, quando estamos em sua companhia, nós mesmos nos sentimos melhores!". Fato idêntico ocorre quando estamos em permanente comunhão com Deus. Sempre que a Ele nos associamos, nós nos tornamos, indubitavelmente, pessoas melhores."[1]

2.    A Comunhão com Deus é algo muito importante, do qual nunca devemos nos descuidar. Logo no início de sua carta, na introdução, João toca nesse assunto da comunhão. No v. 3, ele diz: "o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo." (1 João 1:3 RA)

3.    A Comunhão com Deus é muito importante, é possível, e precisa ser mantida.

4.    Mas, para se manter a comunhão com Deus, algumas coisas precisam ser observadas.

5.    Neste presente estudo, trataremos exatamente desse assunto, e, para tanto, leiamos, a princípio, I João 1:5-2:2:

 

"5  Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. 6  Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. 7  Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. 8  Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. 9  Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. 10  Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. 1 Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; 2  e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro." (1 João 1:5-2:2 RA)

 

6.    A primeira coisa a se destacar nesse texto é:

I. Deus é luz (v. 5)

 

1.    João, depois da introdução, já começa enfatizando uma grande verdade: "Deus é luz, e não há Nele treva nenhuma".

2.    Esta é uma verdade que ele havia aprendido com o próprio Cristo, e significa que Deus é Santo e Puro, e não há sequer um mínimo ponto de treva em Seu ser.

3.    Sabemos que luz e trevas, nas Sagradas Escrituras, se tornaram símbolos contrastantes do bem e do mal; e, tais símbolos são freqüentemente encontrados nestas mesmas Escrituras. Vejam, por exemplo, estes textos:

 

"... Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida." (João 8:12 RA)

 

"Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas." (João 12:46 RA)

 

"Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz." (Romanos 13:12 RA)

 

"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?" (2 Coríntios 6:14 RA)

 

"Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz" (Ef. 5:8 RA)

 

"Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pedro 2:9 RA)

 

4.    Deus é luz; Deus é totalmente puro e santo. É importante enfatizar isso.

5.    Isso nos leva 'a segunda consideração:

 

II. Quem quiser ter comunhão com Deus não pode 'andar' nas trevas (vs. 6-8)

 

1.    Por 'andar', aqui, devemos entender aquela atitude de quem vive nas trevas, e não a atitude daquele que peca porque é um ser humano normal, mas que não vive na prática do pecado. O 'andar', aqui, indica a conduta geral do indivíduo. Dois versículos de João explicam bem essa verdade:

 

"20  Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras. 21  Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus" ( 3:20-21 RA)

 

2.    Quem diz ter comunhão com Deus, mas anda nas trevas, é mentiroso, e não pratica a verdade – Estas são palavras fortes, mas verdadeiras, de João.

3.    Os gnósticos arrogavam serem os detentores da verdade, do verdadeiro conhecimento, e diziam ter comunhão com Deus. Mas, no dizer de João, eles não eram verdadeiros cristãos, pois o verdadeiro cristão, ainda que sujeito ao pecado, anda na luz, não anda nas trevas, e prossegue na santificação.

4.    Simplesmente não existem remidos de Deus que não estejam em pleno processo de santificação.

5.    Foi o próprio João quem registrou, desta feita no evangelho escrito por ele, as palavras de Jesus:

 

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem." (João 10:27 RA)

 

6.    Também estes outros textos confirmam a veracidade do que acima escrevi:

 

"Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade" (2 Ts 2:13 RA)

 

"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12:14 RA)

 

"eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas." (1 Pedro 1:2 RA)

 

"Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos." (Romanos 8:29 RA)

 

"Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas." (João 12:46 RA)

 

"Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor," (Colossenses 1:13 RA)

 

7.    Quem anda na luz, este tem comunhão, não só com Deus, mas também com os irmãos – o andar na luz é a base da comunhão com Deus. Ninguém que anda nas trevas pode esperar ter a comunhão e o favor de Deus. Mas, quem é o que anda na luz? Vejamos:

 

a.    Aquele que anda nas pisadas da fé de nosso pai Abraão:

 

"11 E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que crêem (estando eles também na incircuncisão, a fim de que também a justiça lhes seja imputada), 12 e fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé de Abraão, nosso pai, que tivera na incircuncisão." (Romanos 4:11-12 RC)

 

b.    Aquele que morreu e ressuscitou com Cristo, e que vive uma vida nova, onde o pecado não reina:

 

"De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida." (Romanos 6:4 RC)

 

"sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado." (Romanos 6:6 RC)

 

"11 Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor. 12  Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; 13  nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça" (Romanos 6:11-13 RC)

 

c.    Aquele que está em Cristo Jesus, e que não anda segundo a carne, mas segundo o Espírito:

 

"Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito." (Romanos 8:1 RC)

 

d.    Aquele que não anda segundo a vaidade de seu sentido, mas anda em santidade e amor, imitando a Deus em tudo:

 

"17 E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade do seu sentido, 18 entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração, 19 os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para, com avidez, cometerem toda impureza. 20 Mas vós não aprendestes assim a Cristo, 21 se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus, 22 que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, 23 e vos renoveis no espírito do vosso sentido, 24 e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade. 25  Pelo que deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros. 26  Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. 27  Não deis lugar ao diabo. 28  Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. 29  Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. 30  E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção. 31  Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós. 32  Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo. 1 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; 2  e andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. 3 Mas a prostituição e toda impureza ou avareza nem ainda se nomeiem entre vós, como convém a santos; 4  nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas, antes, ações de graças. 5  Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicador, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus. 6 Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. 7 Portanto, não sejais seus companheiros. 8 Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz 9  (porque o fruto do Espírito está em toda bondade, e justiça, e verdade), 10  aprovando o que é agradável ao Senhor. 11 E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as. 12 Porque o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é torpe. 13 Mas todas essas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta. 14 Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. 15 Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, 16 remindo o tempo, porquanto os dias são maus. 17 Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. 18 E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, 19 falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, 20 dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, 21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus." (Efésios 4:17-5:21 RC)

 

e.    Aquele que anda dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra e no conhecimento de Deus:

 

"para que possais andar dignamente {ou como dignos do Senhor} diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus" (Colossenses 1:10 RC)

 

8.    Será tudo isso, e muito mais, possível ao homem por ele mesmo, por sua própria força? A resposta é NÃO! Veja o comentário de Champlin sobre esse assunto:

 

"O verdadeiro andar espiritual é inspirado pelo Espírito Santo e é possibilitado por ele. É impossível a alguém viver de conformidade com o ideal cristão, de modo contínuo, sem a inspiração e a capacitação dada pelo Espírito Santo. Devemos ser um povo celestial, pelo que precisamos possuir a imagem moral de Cristo em nós infundida (Gl. 5:22-23), pois, do contrário, nunca poderemos 'andar' como devemos. Isso significa que devemos empregar todos os meios espirituais que nos têm sido dados, procurando treinar o intelecto, orando e conversando com Deus, meditando, dando ouvidos ao Senhor, buscando Sua iluminação, buscando ao Espírito Santo e aos Seus dons, a fim de podermos cumprir espiritualmente as missões que nos forem dadas a realizar. Se empregarmos esses meios, então seremos capazes de andar no Espírito. Não nos é prometida qualquer tarefa fácil; pois cada passo dado na direção de Deus será dado em meio à agonia do espírito, porquanto nos temos afastado dele de modo extraordinário." [2]

 

9.    Agora pensemos em uma terceira coisa, a saber:

 

III. Confissão e perdão (vs. 8-2.2)

 

1.    João fala sobre confissão e perdão porque ele sabe que todos somos pecadores, não só porque pertencemos a uma raça pecadora, mas porque todos nós cometemos os nossos próprios pecados, e não só os cometemos no passado, como também continuamos a cometê-los no presente. O próprio apóstolo Paulo vivia essa experiência:

 

"... mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros." (Romanos 7:23 RA)

 

E, em Gálatas 5:17, ele diz: "Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer." (RA)

 

2.    Para mantermos comunhão com Deus, também é preciso que confessemos os nossos pecados. Medite bem nas palavras de João:

 

"Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós." (1 João 1:8 RA)

 

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (1 Jo 1:9 RA)

 

"Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós." (1 João 1:10 RA)

 

"Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;" (1 João 2:1 RA)

 

"e ele é a propiciação[3] pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro." (1 João 2:2 RA)

 

Conclusão.

 

1.    Vimos hoje, então, esses três pontos muito importantes, e que devemos ter em mente se quisermos manter comunhão com Deus:

a.    Deus é luz;

b.    Para termos comunhão com Deus precisamos andar na luz, e não nas trevas;

c.    Mesmo que estejamos andando na luz, e crescendo em santificação, não estamos livres de pecar, e, por isso, a confissão faz-se necessária, pois se confessarmos, Deus, por intermédio de Seu Filho nos purifica por completo.

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves



[1] Dwight L. Moody, citado por Moysés Marinho de Oliveira, em Manancial de Ilustrações, editora JUERP.

[2] CHAMPLIN, R. N. – O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. 6. Décima reimpressão, São Paulo – SP., editora Candeia, 1998. Comentário extraído da página 228.

[3]   PROPICIAÇÃO – Ato realizado para aplacar a ira de Deus, de modo a ser satisfeita a sua santidade e a sua justiça, tendo como resultado o perdão do pecado e a restauração do pecador à comunhão com Deus. No AT a propiciação era realizada por meio dos SACRIFÍCIOS, os quais se tornaram desnecessários com a vinda de Cristo, que se ofereceu como sacrifício em lugar dos pecadores (#Êx 32.30; Rm 3.25; 1Jo 2.2; v. EXPIAÇÃO). (Informação extraída do Dicionário Bíblico Almeida, em A Bíblia Online)

 

A GRANDIOSIDADE DE CRISTO.

A GRANDIOSIDADE DE CRISTO.

 

"1 - O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, com respeito ao verbo da vida 2 – e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada, 3 – o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo. 4 – Estas cousas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa" I João 1:1-4

 

1.    É impressionante a quantidade de opiniões diferentes que existem acerca de Cristo.

2.    E em meio a esta enxurrada de opiniões, que começou a aparecer já no primeiro século, estão muitas que foram e são geradoras de muitas heresias que ainda hoje se têm manifestado, e, creio eu, voltarão a se manifestar mais contundentemente ainda.

3.    Na época de João existia uma corrente filosófica herética denominada gnosticismo (que ainda sobrevive e ganha nova força nos dias atuais).

4.    Dentre as muitas heresias propaladas por essa corrente filosófica, estava a negação do senhorio absoluto de Cristo, e sua redução ao que eles chamavam de "aeon", uma emanação divina, um mediador angelical entre Deus e os homens.

5.    Cristo, para eles, era simplesmente um desses "aeons", e, sequer era o maior; ao contrário, era um dos menores.

6.    João, assim como Pedro, escreveu para, dentre outras coisas, combater esse tipo de heresia.

7.    Com esse propósito em mente, João já inicia sua carta exaltando a Cristo, em contraste com aquilo que os gnósticos diziam a respeito dele. Assim, é que Cristo "era" desde o princípio, isto é, quando houve o princípio de tudo, Cristo já existia. Ele não foi criado e nem começou a existir em algum tempo passado.

8.    Ele é eterno. Ele é co-existente e co-extensivo com Deus. Ele é o próprio Deus.

9.    João deixa claro também que Cristo é o Despenseiro da vida, e que é o único, e não um dentre muitos, que possibilita comunhão com Deus.

10. É sobre isso que estaremos tratando hoje: A Grandiosidade de Cristo.

11. Pensemos então, em primeiro lugar, no seguinte:

 

I. Cristo não foi criado, não começou em algum ponto de tempo; ele é Eterno, Co-existente e Co-extensivo com Deus, e é o próprio Deus.

 

"O que era desde o princípio..."

 

1.    Na primeira frase que João escreve, ele deixa claro que Cristo "era" desde o princípio.

2.    Na linguagem original este verbo "era", na forma como veio escrito, indica que no princípio da criação Cristo já estava em existência.

3.    Mas, desde quando ele estava em existência?

4.    Se eu disser assim: "Quando o homem pisou na lua pela primeira vez, eu 'era' uma criança de um ano", eu vou estar dizendo que quando o homem pisou na lua pela primeira vez eu já estava em existência, e também vou estar dizendo desde quando.

5.    Agora, desde quando Jesus já estava em existência no princípio da criação?

6.    A resposta é: "Desde sempre! Desde a eternidade passada!".

7.    Com isso quero transmitir o fato de que ele não teve começo, ele é eterno, ele é co-existente e co-extensivo com Deus porque ele é o próprio Deus manifestado na pessoa do Filho.

8.    Vejamos alguns trechos da Palavra de Deus que revelam essa verdade:

 

a.    João 1:1-3 – "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as cousas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez."

b.    Miquéias 5:2 – "E tu, Belém Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade."

c.    Isaías 9:6 – "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz."

d.    Hebreus1:6-8 – "E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que aos seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labaredas de fogo; mas, acerca do Filho: O teu trono, Ó Deus, é para todo o sempre, e: Cetro de equidade é o cetro da seu reino."

e.    Apocalipse 19:16 – "Tem no seu manto, e na sua coxa, um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES."

 

9.    Além desses textos, outros há que o identificam como

 

a.    Criador (João 1:3),

b.    Sustentador (Colossenses 1:17),

c.    aquele que perdoa pecados (Lucas 7:48),

d.    aquele que enviaria o Espírito Santo (João 15:26), Etc. .

 

10. Também há textos que o mostram

 

a.    sendo adorado (Hebreus 1:6; Mateus 14:33; Filipenses 2:10; etc.),

b.    e em igualdade com o Pai e com o Espírito Santo (João 14:23; 10:30; Mateus 28:19; II Coríntios 13:13; etc)

 

11. Cristo não foi criado, não começou, não foi causado. Ele é o Criador, o "iniciador" de todas as coisas, a causa não causada; ele é Deus.

12. Os gnósticos podiam e podem querer ensinar diferente, mas esta é a suprema verdade, e os eleitos de Deus sempre crerão assim, porque são guiados pelo Espírito Santo de Deus.

13. Em segundo lugar:

 

II. Cristo é o Despenseiro da vida.

 

"... o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, com respeito ao verbo da vida – e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada..."

 

1.    Essa é outra coisa importante que João diz, e que denota a grandiosidade de Cristo em contraste com a pouca importância que os gnósticos e muitos outros lhe davam e dão.

2.    Ao se referir a Cristo como vida que foi manifestada, vista e tocada, João está mostrando que ele, Cristo, é o Despenseiro, o Transmissor da vida.

3.    É Cristo quem dá a vida eterna; não temos dúvida disso, mas creio que raramente, se é que ao menos fazemos, paramos para meditar na grandiosidade desse fato.

4.    A humanidade em geral se preocupa com a vida, com o viver mais e melhor, e até com viver pra sempre. Não só os sistemas filosóficos e religiosos, mas também a ciência se preocupa com isso. Faz-se de tudo; se gasta somas incontáveis de dinheiro em pesquisas que possam levar a descobertas de meios para apenas prolongar um pouco mais a vida humana. E Jesus tem pra nós uma vida que é eterna, não só em extensão, como em modalidade também.

5.    Vejamos alguns textos:

 

a.    João 3:16 – "Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

b.    João 3:36 – "Por isso quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho, não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus."

c.    João 4:14 - "Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna."

d.    João 10:27 e 28 – "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão."

e.    Tito 3:3-7 – "Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo Sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna."

 

6.    É óbvio que todos terão um tipo de vida eterna, mesmo os que passam para além das portas dessa existência sem Cristo. Mas só um tipo de vida poderá ser chamado realmente de vida. O outro tipo só pode ser denominado morte.

7.    E Cristo é o despenseiro da verdadeira vida.

8.    Em terceiro lugar:

 

III. Cristo é o único que possibilita comunhão com Deus

 

"... o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo..."

 

1.    Os gnósticos e outros hereges ensinavam, e ensinam ser Cristo um dos mediadores, um dos menores, entre nós e Deus. Mas João, no v. 3, mostra que somente em Cristo podemos ter comunhão com a família divina, e é por isso que ele anunciava a outras pessoas as verdades que tinha visto e ouvido.

2.    "A comunhão é transmitida do Pai ao Filho, e deste para os filhos de Deus. É nessa transmissão que somos beneficiados, segundo este versículo deixa claro" (Champlin)

3.    Essa é uma das grandes verdades bíblicas ignoradas por muitos, sendo que muitos a ignoram deliberadamente.

4.    Só podemos ter comunhão com Deus mediante Cristo Jesus, e ninguém mais. Não existem co-redentores, não existem outros mediadores.

 

a.    I Timóteo 2:5 e 6 – "Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos; testemunho que se deve prestar em tempos oportunos."

b.    II Coríntios 5:19 – "...Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões..."

c.    João 14:6 – "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim."

 

Concluindo

 

1.    Cristo não foi criado; não começou em algum ponto de tempo; ele é Eterno, Co-existente e Co-extensivo com Deus, e é o próprio Deus.

2.    Cristo é o Despenseiro da vida

3.    Cristo é o único que possibilita comunhão com Deus

4.    A grandiosidade de Cristo vai muito além disso que acabamos de expor. Mas estes já são motivos suficientes para nos fazer reavaliar como temos vivido a nossa vida em relação a Deus, e como tem sido a nossa dedicação a Ele e àquilo que lhe é concernente, e como temos prestado adoração a Ele.

5.    Nunca se esqueça: Cristo Jesus é Deus eterno, dono da vida a qual deu a nós, e foi ele quem nos trouxe de volta à comunhão com o Pai.

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

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